sábado, 7 de novembro de 2009

A Arte Para Pessoas Com Corpos Diferentes.




A arte propicia ir além das barreiras arquitetônicas e de comunicação. Possibilita criar um diálogo entre as pessoas. A proposta de dança inclusiva surgiu do crescente movimento mundial que vem ocorrendo em criar programas que valorizem a participação de todos, em especial, pessoas com deficiência, tanto em atividades sociais, pedagógicas e culturais.

A dança por si só é geradora de possibilidades expressivas, seja do eu ou de um grupo representativo. A proposta da Dança Inclusiva é proporcionar à todos os participantes igualdade de condições para desenvolver seu potencial e, criar formas para que ele se sinta integrado.

A arte possibilita que a pessoa entre em contato consigo mesma, reconhecendo seu potencial e desafios. Procurando manter uma visão otimista da situação, utilizei da palavra desafio no lugar de falta, como motivadora do desenvolvimento da pessoa. Ela não deixa de ser encarada, mas dada as devidas proporções, sendo um facilitador para que a pessoa entre em contato com sua realidade.
Com forma de contribuir para esse movimento criei há 9 anos, em fevereiro de 2000, o Projeto Arteiros/São Paulo, com o objetivo inicial de trabalhar a expressão corporal com pessoas com múltiplas deficiências e surdocegos. Atualmente procuro promover o desenvolver da consciência corporal, criatividade, socialização, comunicação e autonomia de todos os participantes. Trata-se de grupos heterogênios, que são compostos por pessoas com e sem deficiência.
A metodologia é baseada nos estudos de Laban - Dança Educativa Moderna e Jan van Djck adaptada às pessoas com deficiência. Dessa forma, foi criado um modelo contemporâneo em que a dança inclusiva valoriza à participação de todos, aprendendo com suas diferenças e semelhanças.
A comunicação permeia todo momento a construção do diálogo entre os participantes, favorecendo o uso de sistemas de comunicação alternativa e/ou suplementar e a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Essas formas diferenciadas de comunicação fazem parte de nossa criação coreográfica e de nossas apresentações em grupo, seja pelo uso dos sinais, objetos referenciais ou figuras do PCS ou COMPIC (figuras pictográficas e ideográficas).
Esse trabalho antes de mais nada visa resgatar a qualidade de vida dos participantes, desenvolvendo valores como respeito e cooperação fundamentais para que haja um bom diálogo e compreensão entre as pessoas.




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