domingo, 8 de novembro de 2009

Inclusive Dance: a project for life.


This research has been presented at world conferences held in Canada, Spain and Australia. Below is the summary of the research.


Abstract

The art propitiates to go beyond the architectural barriers and communication. It makes possible the creation of a dialogue between people. The proposal of the inclusive dance has appeared due to the increasing of a world-wide movement that has been occurring in creating programs that value the participation of all, in special people with impairment, as in social, educational and cultural activities.

The objective of this presentation is to narrate on the creation of Project Arteiros in São Paulo/ Brazil as a proposal to work towards a Inclusive Arts Education.


Introduction

I intended to argue through the monograph - Arteiros Project: a proposal of inclusive dance. - a new form to approach the education for the movement. This work also was presented in14th Deafblind International World Conference 2007/Australia.
I created the “Arteiros Project” for 9 years at AHIMSA (Educational Association for Multi Impairment) in São Paulo/Brazil, with the first
objective of working the body expression with people with multi sensory impairment and deafblindness.

The methodology adapted to the people with impairment was based in studies of Laban -Educative Modern Dance- and in Van Dijk. Thus it was created a contemporary model where the inclusive dance values the participation of all, learning with their differences and similarities.

The communication is always present in the construction of the dialogue between the participants, favoring the usage are part of our choreographic creation and our presentations, either through the usage of systems of alternative or supplementary communication, the Brazilian Sign Language (LIBRAS), object references or figures of PCS/COMPIC (pictografic and ideografic).

As a way of contributing for the exploration of the movement and the discovery of the self and the existence of the world I looked for to usage of the educative modern dance, as a base of the work. Laban (1990) sought for the development of the "different forms of the movement, in the gestures, in the steps, as well as in those that the contemporary man uses in the daily life" (pg.14). Due to this a work based on the art of the movement is developed. This "new technique of dance stimulates the domain of the movement in all body and mental aspects, extending itself in the modern dance as a new form of scenic and social dance"(pg.16). In the schools the usage of this technique is varied: it makes possible the expression, the retaken one of the awareness of the movements, preserves the spontaneity of the movements, it collaborates in the creative expression and cultivates the capacity of being part of collective dances.

For Van Dijk the children with multiple impairment and deafblindness have difficulty in distinguishing himself/herself and the others are prolongations of their own body. Therefore, the separation of the “I” and the others is essential for the development of its representation and symbolization, that are indispensable for the acquisition and development of the language. The child with impairment discovers that his/her body is a vehicle with which he/she will be able to explore the world through the movement and the interaction with the adult.

In 2007, after a course of teachers formation in “Danceabillity with Alito Alessi” it was possible to improve our work of contact and improvisation, being developed a new possibility of creation in group.

In the experience with sacred circular dances it is possible to develop the socialization, as it searches the retaking old forms of expression of different people and cultures, increased with rhythms, updated choreographies and creations, searching for a more organic form of expressing the feelings. There is also a specific work for women through the belly dance.

We develop self-esteem and the self-care of the participants, valuing its body and aiming at its global health and group interaction. The dance integrates itself to the elements of the nature and it is thought of as part of it.

Methodology

For the collection of data the process of group comment, using notes and semester and annual reports was used. Filming and pictures of the classes and presentations of the group are also used as documentation forms. With this material the project based on the theoretical references quoted previously was developed.

Objective

Currently our main objectives are to develop in this work the body awareness, creativity, socialization, communication and autonomy of all the participants.

This program has already been implemented in 8 institutions that offer service to the people with impairment. More than 250 people had participated of the project, among children, adults and the elderly. 70% of them presented some kind of impairment.

At present it is being carried out in Estação Especial da Lapa (Special Station of Lapa/ Foundation of Medicine). The public of the project are young, adults and elderly with impairment, family and people of the community. In total there are 90 people participating, from 15 to 80 years old; 70% are handicapped, among them 40% are multi impaired and 5% are deafblind. The rest are people from the community or are in the treatment of physical rehabilitation. All the activities offered are free for the participants.

Results

First of all this work aims to rescue the quality of life of the participants, being developed values as basic respect and cooperation so that it enables a good dialogue and understanding between people. With this project it was possible to observe the rescue of self-esteem; the valuing of the participants together with their family, making possible to see the potential of these individuals. It was possible to experience group situations that value the dialogue/socialization of the participants through alternative or supplementary communication together with the community in general.


Bibliography

FORCHETTI, D. Projeto Arteiros: uma proposta de dança inclusiva. Universidade de São Paulo, 2007.

______________Vencendo as barreiras da comunicação. Um Retrato da Comunicação Alternativa no Brasil. FINEP & CNPq, Rio de Janeiro, 2007.

FREIRE, P. Ação Cultural para a Liberdade e outros Escritos. Considerações em torno do ato de estudar. Paz e Terra, São Paulo, 1987.

LABAN,R. Dança Educativa Moderna (edição traduzida e ampliada por Lisa Ullmann) Ícone editora, São Paulo, 1990.

MOMMENSOHN,M. & PETRELLA,P. Reflexões sobre Laban, o mestre do movimento. Summus Editora, São Paulo, 2006.


Projeto Arteiros - uma proposta de dança inclusiva.

Os direitos humanos preconizam a igualdade perante a lei e a liberdade de pensamento e de expressão para todos os seres. Infelizmente isso ainda está distante do mundo em que vivemos. Com a finalidade de contribuir para a mudança dessa realidade criei o Projeto Arteiros. Um grupo de dança inclusiva em que pessoas com e sem deficiência buscam entrar em contato com seus limites e procuram se superar e desenvolver seus potenciais. Criado em fevereiro de 2000, tem como objetivos principais desenvolver a consciência corporal, a criatividade, a socialização, a comunicação e autonomia de todos os participantes.
O projeto é baseado na Dança Educativa Moderna criada por Rudolf Laban. Ele procurou nos mostrar através de sua Teoria do Movimento a possibilidade de que qualquer pessoa pode dançar, respeitando sua individualidade. Sua teoria criou um instrumento para a análise do movimento. Através de sua metodologia é possível descrever características do movimento como: qualidade, peso, ritmo, forma, postura, caminho, direção, dimensão, nível espacial, uso do corpo em partes e seu todo. Para ele, adquirimos conhecimento através do corpo, nosso instrumento para pensar, saber e comunicar. Ele criou a nomenclatura esforço para nos mostrar que o movimento começa a ocorrer internamente, através das emoções, sensações e pensamentos.
Laban procurou desenvolver diferentes formas do movimento através de gestos e passos que representavam a vida cotidiana do homem contemporâneo. Dessa forma, é possível desenvolver um trabalho baseado na arte do movimento, mais do que simplesmente restringir a dança. Nas escolas o uso dessa técnica é variado: possibilita a expressão, a retomada da consciência dos seus movimentos, preserva a espontaneidade, ajuda na expressão criativa e cultiva a capacidade de fazer parte de danças coletivas.
O trabalho de Dança Inclusiva atualmente está sendo realizado baseado nas minhas experiências em Dança Educativa Moderna, DanceAbility, Danzaterapia, Danças Circulares Sagradas e Dança do Ventre, unificado com o trabalho terapêutico baseado no desenvolvimento da comunicação alternativa como fonoaudióloga. Isso possibilitou uma integração entre as áreas da Arte/Saúde/Educação.
Já implementei o Projeto Arteiros em 9 Instituições que desenvolvem atendimento às pessoas com deficiência e Organizações Não-Governamentais. Participaram desse trabalho mais de 200 pessoas, entre crianças, adultos e idosos, 70% tinham algum tipo de deficiência ou doença crônica.
Atualmente ele está sendo realizado na Estação Especial da Lapa - Divisão de Medicina e Reabiltação (HC FMUSP)- como Oficina Terapêutica de Dança. Todos os trabalhos são oferecidos gratuitamente.
Esse trabalho antes de mais nada visa resgatar a qualidade de vida dos participantes, desenvolvendo valores como respeito e cooperação fundamentais para que haja um bom diálogo e compreensão entre as pessoas.Com esse projeto foi possível observar o resgate da auto-estima, a possibilidade dos participantes se sentirem capazes não só de receber mas de compartilhar algo. A valorização junto à seus familiares e a comunidade em geral, possibilitando enxergar o potencial de todos.
Dançamos em parques, escolas e teatros, entrando em contato com diferentes pessoas que muitas vezes nunca se aproximaram de uma pessoa com deficiência. Vivenciamos em grupo experiências que valorizam o diálogo/ socialização dos participantes através da comunicação alternativa e/ou suplementar junto à comunidade em geral. Procuramos aprender com nossas diferenças e semelhanças.

sábado, 7 de novembro de 2009

A Arte Para Pessoas Com Corpos Diferentes.




A arte propicia ir além das barreiras arquitetônicas e de comunicação. Possibilita criar um diálogo entre as pessoas. A proposta de dança inclusiva surgiu do crescente movimento mundial que vem ocorrendo em criar programas que valorizem a participação de todos, em especial, pessoas com deficiência, tanto em atividades sociais, pedagógicas e culturais.

A dança por si só é geradora de possibilidades expressivas, seja do eu ou de um grupo representativo. A proposta da Dança Inclusiva é proporcionar à todos os participantes igualdade de condições para desenvolver seu potencial e, criar formas para que ele se sinta integrado.

A arte possibilita que a pessoa entre em contato consigo mesma, reconhecendo seu potencial e desafios. Procurando manter uma visão otimista da situação, utilizei da palavra desafio no lugar de falta, como motivadora do desenvolvimento da pessoa. Ela não deixa de ser encarada, mas dada as devidas proporções, sendo um facilitador para que a pessoa entre em contato com sua realidade.
Com forma de contribuir para esse movimento criei há 9 anos, em fevereiro de 2000, o Projeto Arteiros/São Paulo, com o objetivo inicial de trabalhar a expressão corporal com pessoas com múltiplas deficiências e surdocegos. Atualmente procuro promover o desenvolver da consciência corporal, criatividade, socialização, comunicação e autonomia de todos os participantes. Trata-se de grupos heterogênios, que são compostos por pessoas com e sem deficiência.
A metodologia é baseada nos estudos de Laban - Dança Educativa Moderna e Jan van Djck adaptada às pessoas com deficiência. Dessa forma, foi criado um modelo contemporâneo em que a dança inclusiva valoriza à participação de todos, aprendendo com suas diferenças e semelhanças.
A comunicação permeia todo momento a construção do diálogo entre os participantes, favorecendo o uso de sistemas de comunicação alternativa e/ou suplementar e a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Essas formas diferenciadas de comunicação fazem parte de nossa criação coreográfica e de nossas apresentações em grupo, seja pelo uso dos sinais, objetos referenciais ou figuras do PCS ou COMPIC (figuras pictográficas e ideográficas).
Esse trabalho antes de mais nada visa resgatar a qualidade de vida dos participantes, desenvolvendo valores como respeito e cooperação fundamentais para que haja um bom diálogo e compreensão entre as pessoas.